terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Quatro

As pessoas dizem que há diferenças entre amor e paixão. Fiquei pensando nisso esses dias. A definição usual diz que paixões são arrebatadoras, deixam você em estado de êxtase e duram pouco tempo, enquanto o amor é mais suave, sereno e dura mais tempo. Não sei se é assim. Se é assim, quando digo que tenho três paixões "básicas", elas não poderiam ser classificadas como paixões, pois me deixam bem, são suaves, serenas e duram há muito tempo. Em contrapartida, são arrebatadoras e me tiram do chão. Não estou falando de pessoas. São três coisas que amo (ou sou apaixonada?) e que me fazem sentir das duas maneiras. Há uma quarta. Não que eu a esqueci, mas é que ela é tão parte de mim que eu nem a considero separadamente. É como estar envolvida completamente com ela. Essas quatro coisas chegaram à minha vida uma a uma, mas quase ao mesmo tempo. Foi uma época de descoberta e as quatro se entrelaçaram. Queria misturá-las e fazer minha vida com base nelas. Já pensei que isso não seria possível, que elas eram incompatíveis, mas acho que ainda há uma esperança...

Uma me enleva; a outra me fascina; a terceira me empolga; a quarta me completa. Êxtase; contemplação; comunicação; expressão.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Interiores

Lutas diárias. Lutas interiores. É difícil lidar com situações parecidas todos os dias, mas pior ainda é lutar com algumas coisas que insistem em permanecer dentro de nós. Fico aí, falando da minha mudança para todos, mas, às vezes, voltam alguns pensamentos. Volta essa ansiedade. Nessa hora, eu penso, "mas sou humana. É normal voltar atrás". Sim, é normal, até porque ficar controlando muito só piora. É preciso buscar um equilíbrio entre vigiar meus comportamentos repetitivos e deixar-me levar pela mudança que vem se manifestando. Quando penso muito nisso, aí vejo que é pior, que as coisas desandam, que acabo tendo "recaídas" e o fluxo fica preso. Eu sei o que acontece e sei como resolver, mas, às vezes, parece mais cômodo que eu me comporte da maneira antiga. É mais fácil, né? É o modo padrão, já conhecido; mas não! Se estou buscando as mudanças, se me propus a isso, se já vejo acontecer, então tenho que continuar. Não há como voltar atrás. Não quero voltar atrás. Já dei vários passos numa nova direção. Gosto do novo jeito e não quero voltar a me comportar como antes. Preciso prosseguir. O caminho mais fácil nem sempre é tão fácil assim. O caminho que parece mais difícil, talvez, lá na frente, traga resultados satisfatórios - mas ficar prevendo o futuro também não faz parte dessa caminhada. O que importa, nesse momento, é o fluxo, é o deixar-se levar, é o destravar, é o esvaziar, é o transbordar, é a liberdade, é a libertação. Nada de voltar atrás. O rio corre para frente. Chega de nadar contra.

Levem-me, águas tranquilas, e ensinem-me a ser mais leve, a ponto de flutuar...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Éramos

We Were Lovers
Jean-Jacques Burnel

Harsh words were said
And lies were told instead
I didn’t ever mean to make you cry
But love can make us weak and make us strong
And before too very long
I was totally in love with you

I bathed in you
Lost in you

Captivated by you
Amazed by you

Dazed by you

Nothing can go wrong
Nothing can go wrong


So tonight I’ll sing a song to all my friends
Also to those we won’t be seeing again
To those I knew and those I still adore
And I want to see once more
I just pray that you will love me and trust me
Laugh with me and cry with me
Spend those silent times with me

Love me evermore
Love me evermore

You and I were lovers
Our dreams were not soured by life
And then my friends' betrayal
Meant you never would be my wife

Harsh words were said

And lies were told instead
I didn’t ever mean to make you cry
But love can make us weak and make us strong
And before too very long
I was totally in love with you

I bathed in you
Lost in you

Captivated by you
Amazed by you

Dazed by you

Nothing can go wrong
Nothing can go wrong...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Aquela paz


Lembra quando éramos só nós dois? Não discutíamos. Curtíamos cada momento, mesmo que ficássemos calados. Só de estar perto já era o suficiente. Havia paz. Um dia, tudo acabou, mas não foi de repente. Depois de toda aquela paz, houve vários tsunamis. Inundaram nossas vidas com desespero, desesperança e inquietude. Foram momentos turbulentos, que eu pensei que nunca passariam. Hoje posso afirmar que a quietude voltou, que os tsunamis acabaram, que os vulcões pararam de explodir, só que nós também nos perdemos. Em meio às ondas, cada um foi levado para um local, e talvez tenhamos pensado um no outro, imaginando o que teria acontecido. Essa fantasia, alimentada pelos longos anos, foi desfeita no momento em que nos encontramos novamente. Foi preciso um longo e árduo caminho para eu perceber que você era somente uma doce lembrança de dias maravilhosos, e que trouxeram um engrandecimento à minha vida. Eu me tornei mais pacífica, mais reflexiva, mais sensível às sutilezas, mais flexível, mais paciente. Na época dos tsunamis, perdi parte dessas lições aprendidas com você, mas, agora que aquele período passou, eu quero voltar a experimentar aquela paz que você me ajudou a descobrir. Agora sei que posso. Estou livre de algumas situações e de algumas pessoas que me impediam de ser aquela que você ajudou a construir. Agradeço por você ter surgido em minha vida e por não ter me abandonado (ainda que mentalmente), mesmo quando eu tentava esquecer você. Eu tentei arduamente, mas foi em vão. Tive que conhecer outras pessoas para, ao menos, tentar. Hoje eu sei que esquecer o que você representou para mim é impossível. Eu não queria amar você, mesmo estando com outras pessoas, e me esforcei muito. Vejo, agora, que não era necessário ter feito tanto esforço. Só me fez sofrer mais, pois o sentimento, enfim, passou, mas sua lembrança ficou e, com ela, tudo de bom que ela representa. Já não nos amamos mais, no sentido romântico do termo, mas as lições aprendidas, isso não posso (e não vou mais tentar) esquecer. Eu tentei apagar tudo, quando, na verdade, era só deixar transbordar o que eu sentia para chegar ao ponto a que cheguei hoje: de só restar o que era bom. Talvez você nunca leia isto aqui, mas, de alguma forma, eu sei que você sabe. Obrigada por, mesmo de longe, transmitir a paz de que necessito para lembrar-me de quem gosto de ser.