segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Centelhas

Hoje voltei a pensar em nós. Há pouco tempo, escrevi algo para nós dois, mas talvez você nunca leia. Não que você não exista - é claro que você está aí, em algum lugar, no nosso local quântico, mas não sei se minhas letras alcançarão essa dimensão. Estamos em todos os lugares, e em nenhum lugar. Estou aqui agora, mas você, onde estará?

As estrelas estavam maravilhosas no último sábado. Aquela poeira galáctica me transportou mentalmente a muitos lugares. Hoje há um meteoro passando muito perto do meu planeta, e ele bem que poderia me carregar para lugares longínquos onde meu pensamento já vai com facilidade... Enquanto isso, no entanto, uso esse recurso linguístico para tentar descrever minhas sensações de uma noite perfeita. Senti-me poeira de estrela, como Carl Sagan gostava de comparar...

Você também é poeira de estrela, mas não sei seu local preciso. Em que época você está e em que lugar do universo? É sempre bom saber que posso encontrar você no instante infinito de uma fração de segundo e, depois disso, ter uma eternidade para me recordar do efêmero momento que tanto nos marcou...

Tenho certeza de que você está agora pensando em mim, pois agora estou pensando em você. A diferença é que seu agora é distinto do meu, e seu aqui está mais longe do que imaginamos. Estamos juntos, mas separados (talvez não por distâncias físicas, mas temporais. Como saber?). O que eu sei é que somos, e não houve ninguém até agora que me tirasse essa esperança de (re)encontrá-lo, pois sei que nos reconheceremos pelos detalhes e pelo brilho que emanará de nossos olhos, como fagulhas de estrelas longínquas.

Eu e você: centelhas existenciais...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Escrever

O que há de tão mágico no ato de escrever? Ler é fenomenal, mas criar e concatenar conteúdos por meio de letras, inventar e deixar fluir o que está fervilhando na mente é incomparável! Quando a escrita flui e as palavras se encadeiam formando frases e fazendo sentido, é como ver um pássaro voar e criar caminhos imaginários pelo céu. Seja uma crônica, um poema, uma divagação, um desabafo ou uma simples carta comercial: pura criação, explodindo como estrelas brilhantes e cheias de energia.

Escrever é libertador! Preenche espaços, inunda o ser, faz com que a vida tenha muitas cores, faz com que pessoas inexistentes passem a existir! Cria lugares, idiomas, culturas. Reflete sobre o que existe e sobre o que poderia acontecer. Escrever abre a janela para mundos desconhecidos - ou desnuda o que há muito tempo as pessoas tentam encobrir...

Escrevo porque quero, porque preciso, porque faz sentido, porque me envolve, porque me desnuda, porque me esconde, porque me descobre, porque me preenche, porque faz parte de mim, porque me alimenta, porque sacia a sede dessa voz que clama no deserto!

sábado, 10 de janeiro de 2015

Selfie

2015 tem me trazido muitas reflexões. Além dos planos e ideias, os pensamentos sobre minha vida, sobre meu comportamento, sobre minha forma de lidar com situações e pessoas têm aflorado e feito com que eu repense e veja tudo isso sob ângulos diferentes. Às vezes, nós nos acostumamos a pensar, a falar e a agir do modo habitual e não nos permitimos pensar com ousadia. Sabe o que acontece? Temos medo! Medo de admitir nossos erros, nossas falhas, nossas limitações; medo de ferir nosso orgulho; medo de sofrer; medo de perder. O medo escraviza, e é preciso ser corajoso para dizer que errou, que pensou ou sentiu demais (ou de menos), que se enganou, que não quis fazer algo para não "perder ponto" com as pessoas. É preciso audácia para olhar-se no espelho e dizer o que mais se tem medo de ouvir e, em seguida, sentir o arrepio do inevitável, o choro preso na garganta, chamar-se de idiota por ter acreditado demais, ter medo do próprio olhar inquisidor... Depois disso, os ombros descansam de tanto peso, a expressão fica suave, o rosto em lágrimas dá lugar a um sorriso e a uma condescendência materna que emana perdão em cada movimento. Não é preciso ter medo de si mesmo. Todas as perguntas e todas as respostas estão ali, dentro de nós. É só ter a coragem para fazê-las, e mais coragem ainda para respondê-las. Receber as respostas como elas vêm e lidar com isso. Passar pelas lutas e pelos lutos. Não negar o sofrimento que isso causa, mas não viver atormentado por ele. Reerguer-se - mais forte, mais preparado, pronto para novos acontecimentos (bons e ruins), mas sem se deixar contaminar por outros reflexos que queiram interferir no diálogo eu-eu. Só o eu sabe de si, e é só ele, no olhar recíproco do espelho, que pode dar as respostas satisfatórias.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Thrill

The Thrill Is Gone
B.B. King

The thrill is gone
The thrill is gone away
The thrill is gone, baby
The thrill is gone away
You know you done me wrong, baby
And you'll be sorry someday

The thrill is gone
It's gone away from me
The thrill is gone, baby
The thrill is gone away from me
Although I'll still live on
But so lonely I'll be

The thrill is gone
It's gone away for good
The thrill is gone, baby
It's gone away for good
Someday I know I'll be open armed, baby
Just like I know a good man should

You know I'm free, free now, baby
I'm free from your spell
Oh I'm free, free, free now
I'm free from your spell
And now that it's all over
All I can do is wish you well

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Leve

Mais um ano chegou e, com ele, as sensações típicas que emanam de um simbólico recomeçar. Desde então, tenho me sentido muito bem, feliz e focada, e cumprindo minha determinação vulcana (Mr. Spock mode ON). Estou confortável comigo mesma, além de gostar da companhia de alguns. Tenho conversado e visto pessoas que realmente se importam comigo, e por quem tenho um carinho especial: pessoas que ligam, mandam mensagens, vêm me visitar, passam um tempo comigo... Isso faz muita diferença para mim, especialmente nesse momento em que estou pesando e avaliando quem realmente veio para ficar. Estou agradecida pelos presentes, mas também pelos ausentes, pois todos estão fazendo questão de mostrar o quanto eu importo e significo para eles (sim, eu estou quantificando!). Além disso, estou muito feliz por poder estar fazendo as atividades de que gosto, agradando a mim mesma e reencontrando aquele equilíbrio que achamos quando dizemos, "ah, como eu amo fazer isso!". Meu tempo é precioso. Eu sou especial demais para o cosmos para que eu me transforme em passatempo de entediados...

2015 vai bombar! Cheia de expectativas, ideias, planos, contatos, pessoas e situações novas... Toda a negatividade tem dado lugar a novas sensações e ações benéficas. Estou satisfeita comigo mesma - mas estou longe do egoísmo, mesmo tendo voltado à minha racionalidade básica. Continuo me importando e fazendo o possível para ajudar o próximo, mas nunca mais me torturando nesse processo!

Livre, leve e solta! Consegue acompanhar? Venha - ou então me aprecie de longe...