domingo, 21 de junho de 2015

Offline

Hoje eu senti uma vontade extrema de ficar offline. Desligar celular, cometer "suicídio virtual" em redes sociais, não checar email, estar num lugar sem 3G ou wi-fi... Fiz isso? Não. Continuo aqui, plugada, mas senti uma falta imensa da época em que eu podia ir para um lugar e ficar incomunicável. Sim, isso é bom! Por muitas vezes senti essa vontade, mas era quando eu estava triste - só que hoje é exatamente o contrário! Estou muito feliz e realizada, sentindo-me livre e solta, daí a vontade de não depender de nada que me prenda, que me escravize, que me faça verificar se alguém está interagindo comigo. Às vezes é bom estar só, numa ilha, sem contato. Nosso mundo globalizado e internáutico nos tirou essa possibilidade. Claro que ainda é possível "sumir do mapa", mas tornou-se uma tarefa mais difícil. Alguém vai encontrar você, de alguma forma. Em parte, isso é ruim! Nem sempre é bom ser encontrado, e não é para fazer nada "errado", mas simplesmente para desfrutar de privacidade.

sábado, 20 de junho de 2015

Indo

Tudo vai ficar para trás. Na verdade, já ficou - mas você insistiu em permanecer, em ficar onde já não mais pertencia. Na verdade, nunca pertenceu. Nasceu em outro local, brotou em outras terras, rodeada por outros ares. Nunca foi aqui o seu lugar. Algo precisava ser feito aqui, mas parece que o tempo encerrou. O ciclo fechou. Só resta a partida. As despedidas discretas começam e, a cada dia, um novo adeus. Você se desconecta a cada passo e vai caminhando livre, rumo a novos horizontes. Seu espírito não aceita grilhões. Você não pertence a lugar nenhum - e a todos, ao mesmo tempo. Essa é sua probabilidade quântica. Talvez a estrada seja seu lar - talvez... Um dia, você descobrirá: quando chegar a algum lugar e queira ficar - mas talvez isso dure tempo suficiente para você ouvir novamente o chamado da estrada. Olhe para cima e deixe as estrelas guiarem seu rumo. Rode a bússola e dê um passo adiante. Norte, sul, leste ou oeste: o que importa é ir, sem se deixar prender levianamente por coisas ou pessoas que não valorizam sua permanência. Fique porque quer. Vá porque quer. O que importa estará sempre com você, num recôndito particular, como um tesouro inigualável que não pode ser roubado. Vá e/ou fique - mas sempre por vontade própria.