terça-feira, 30 de abril de 2013

Te quiero

Te quiero
Mario Benedetti

Tus manos son mi caricia
Mis acordes cotidianos
Te quiero porque tus manos
Trabajan por la justicia.

Si te quiero es porque sos
Mi amor, mi cómplice y todo
Y en la calle, codo a codo,
Somos mucho más que dos.

Tus ojos son mi conjuro
Contra la mala jornada
Te quiero por tu mirada
Que mira y siembra futuro.

Tu boca que es tuya y mía
Tu boca no se equivoca
Te quiero porque tu boca
Sabe gritar rebeldía.

Si te quiero es porque sos
Mi amor, mi cómplice y todo
Y en la calle, codo a codo,
Somos mucho más que dos.

Y por tu rostro sincero
Y tu paso vagabundo
Y tu llanto por el mundo
Porque sos pueblo, te quiero.

Y porque amor no es aureola
Ni cándida moraleja
Y porque somos pareja
Que sabe que no está sola.

Te quiero en mi paraíso
Es decir que en mi país
La gente viva feliz
Aunque no tenga permiso.

Si te quiero es porque sos
Mi amor, mi cómplice y todo
Y en la calle, codo a codo,
Somos mucho más que dos.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Esmalte


Sabe aquele esmalte nas minhas unhas do pé? Eu tirei, meu bem. Não estava usando por vaidade, mas para esconder uns roxos que ganhei nas unhas. Aliás, esconder é algo que faço muito, baby. Como diz uma música de que gosto bastante, "eu sei que é difícil manter um coração aberto mesmo quando os amigos parecem machucar você". Foram muitos anos sendo magoada, darling, de diversas formas. Sabe o que vejo agora? As pessoas magoam, mesmo. Cada ser humano é único, todos temos problemas e não temos o "manual de instruções" de todas as pessoas. Tentamos conviver, tentamos interagir, tentamos amar, tentamos compreender, só que cada um faz do jeito que sabe, a seu modo, levando em conta o que é e o que viveu. Não é preciso ter medo de ser magoado pelos amigos, pelos familiares, pela vida. Isso não invalida o amor que eles sentem, e isso não quer dizer que eles não estão tentando de todo o coração. As pessoas vão estar conosco, vão nos amar, vão nos abandonar, vão se aproximar, vão se afastar, mas é porque cada um está vivendo sua loucura particular e não é fácil conciliar.

Medo. Isso tira muitas possibilidades, tira a potência da vida. Ele é importante em algumas situações, mas não podemos ficar viciados nele, my dear. Ele impede momentos lindos, inclusive esses, de se abrir para o mundo sem se preocupar em ser sincero demais, em dizer o que pensa, mesmo que fiquemos sozinhos. O importante é estar em paz com você mesmo, sabendo, ao menos suficientemente, quem você é, sweetheart. Não minto, mas omito, exatamente pelo medo do julgamento alheio. Querem me julgar? Não posso controlar isso, então tentarei não me omitir mais. Cansei de me esconder embaixo da cama, ou atrás das pessoas, ou atrás de um escudo enorme, miei cari!

Os roxos nas unhas? Resquícios de uma viagem maravilhosa que fiz em dezembro. Andei demais, usando duas ou três meias e uma bota. Andei o dia todo. Deslumbrei-me. Vi lugares que antes só existiam em fotos e em filmes para mim. Os dedos ficaram inchados e ganhei roxos por debaixo das unhas. Ainda bem que elas não caíram, mas inventei de passar esmalte para que as pessoas não achassem aquilo feio. Feio, chéri? Como as lembranças, marcas e cicatrizes de uma viagem linda, suada e bem-aproveitada podem ficar escondidas assim? Vou partir para extremos: da vergonha, vou para o orgulho de ter ido e ostentarei meus roxos como prova de que fui, vi e venci.

O esmalte era só mais uma máscara das tantas que ainda uso, e que sei que todos nós usamos. Não há como se livrar de todas, mas, enquanto houver acetona, muitos esmaltes podem ser removidos. Chega de esconderijos. As pessoas amam, odeiam, apegam-se, desprezam, julgam, entendem, independente do que você mostrar. Pretendo me mostrar mais como sou, então, mes amis. Agindo assim, os sinceros também se aproximarão e, mesmo que saiam faíscas, ao menos ninguém foi enganado nesse processo.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Brothers

Brothers In Arms
by Mark Knopfler
Dire Straits

These mist covered mountains
Are a home now for me
But my home is the lowlands
And always will be

Someday you'll return to
Your valleys and your farms
And you'll no longer burn
To be brothers in arms

Through these fields of destruction
Baptisms of fire
I've witnessed your suffering
As the battles raged higher

And though they did hurt me so bad
In the fear and alarm
You did not desert me
My brothers in arms

There's so many different worlds
So many different suns
And we have just one world
But we live in different ones

Now the sun's gone to hell
And the moon's riding high
Let me bid you farewell
Every man has to die

But it's written in the starlight
And every line on your palm
We're fools to make war
On our brothers in arms...

terça-feira, 16 de abril de 2013

terça-feira, 9 de abril de 2013

Nós

Estou aqui pensando em nós. Eu e você. Você e eu. Eu, aqui; você, aí. Cada um no seu lugar, cada um no seu quadrado, que é essa tela de computador. Dividimos pensamentos, partilhamos sentimentos. Estamos "linkados", mas a que preço? A distância continua. Eu continuo aqui, você continua aí. Será que no face a face, e não no facebook, seria diferente? Diríamos as mesmas coisas? Expressaríamos nossas opiniões da mesma forma? Ao menos eu estaria falando só com você, e não com várias janelas que pulam na tela, ou mil atualizações do feed de notícias (além das páginas sendo pesquisadas na internet, um possível MSN aberto, GTalk, Skype...). Olharíamos nos olhos, sentiríamos nossa pele, ouviríamos nossas vozes, apreciaríamos nossas risadas, enxugaríamos nossas lágrimas... Tudo isso é muito singular. É único. E só é partilhado ao vivo. O virtual é apenas um recurso para amenizar a impossibilidade do encontro, mas digam-me: por que a maioria dos amigos que temos são exatamente aqueles que moram perto de nós?

Continuo aqui pensando em nós: em mim, em você e em todos nós (e em todos os nós). Eu poderia estar aí; você poderia estar aqui. Por que estamos todos online se poderíamos estar lá fora, aproveitando cada segundo de nossa efêmera, tênue e doce vida? Se eu sair do virtual, deixo de existir para você? Se você sair, deixará de existir para mim? A pergunta fica, e a possibilidade do encontro, também.