Estou aqui pensando em nós. Eu e você. Você e
eu. Eu, aqui; você, aí. Cada um no seu lugar, cada um no seu quadrado,
que é essa tela de computador. Dividimos pensamentos, partilhamos
sentimentos. Estamos "linkados", mas a que preço? A distância continua.
Eu continuo aqui, você continua aí. Será que no face a face, e não no
facebook, seria diferente? Diríamos as mesmas coisas? Expressaríamos
nossas opiniões da mesma forma? Ao menos
eu estaria falando só com você, e não com várias janelas que pulam na
tela, ou mil atualizações do feed de notícias (além das páginas sendo
pesquisadas na internet, um possível MSN aberto, GTalk, Skype...).
Olharíamos nos olhos, sentiríamos nossa pele, ouviríamos nossas vozes,
apreciaríamos nossas risadas, enxugaríamos nossas lágrimas... Tudo isso é
muito singular. É único. E só é partilhado ao vivo. O virtual é apenas
um recurso para amenizar a impossibilidade do encontro, mas digam-me:
por que a maioria dos amigos que temos são exatamente aqueles que moram
perto de nós?
Continuo aqui pensando em nós: em mim, em você e
em todos nós (e em todos os nós). Eu poderia estar aí; você poderia
estar aqui. Por que estamos todos online se poderíamos estar lá fora,
aproveitando cada segundo de nossa efêmera, tênue e doce vida? Se eu
sair do virtual, deixo de existir para você? Se você sair, deixará de
existir para mim? A pergunta fica, e a possibilidade do encontro,
também.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário