domingo, 23 de abril de 2017
Ilha
Algumas vezes, dentro da sua dita liberdade, você até tem vontade de estar preso. Parece estranho dizer isso, mas algumas prisões são "gostosas": você recebe e dá atenção, ama e é amado, cuida e é cuidado... É a parte boa de estar "preso" a alguém, a algumas situações, a algumas pessoas, a alguns lugares... Só que a parte ruim é exatamente aquela: perder sua liberdade de fazer tudo aquilo que antes era permitido, ou melhor, tudo que antes não precisava passar pelo aval de ninguém. Além disso, a dependência emocional, que sufoca, prende, chicoteia, faz com que você se sinta menos você, pois é preciso ceder para conviver. Vale a pena? Às vezes, sim, quando é recíproco, quando todos cooperam para o bem daquela relação. Quando é só você que é o amigo/amante/doador, fica difícil sustentar. Não tem jeito: o melhor é estar sozinho. Esses dias, disseram-me: "ninguém é uma ilha". É, sim. Todos somos. Quem não aceita isso, faz pontes. Os que aceitam e ficam razoavelmente bem, é porque já tentaram fazer pontes, mas foram quebradas. Se alguém quiser visitar a ilha, que seja de barco ou de helicóptero, porque algumas pontes são construídas e destruídas com muita ilusão e dor. É preciso coragem para querer criar pontes, e mais coragem ainda para quebrá-las. Liberdade tem um preço altíssimo, e é preciso ser forte para arcar com os custos. Como diz uma frase que li esses dias, "letting go means you're strong enough". É isso. Seja forte o suficiente e deixe que as coisas/pessoas vão embora. Se foram, é porque não tinham afinidade com a ilha. Rejeitaram algo precioso - e quem perde são elas. Não se sinta desvalorizado só porque não souberam enxergar (ou não quiseram) o diamante que havia na ilha. Você sabe o valor que tem - e, agora que o mundo ficou pequeno, outras pessoas vão saber também.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Bem isso!!
Postar um comentário