sábado, 15 de junho de 2019

Ajustes

Falar o que penso e sinto sempre me fez bem. Ouvir também. Eu gosto de saber o que as pessoas pensam e sentem, mesmo que isso machuque. Em outras épocas, eu ficava bem chateada, mas hoje assimilo melhor. Consigo entender e ficar irritada por algumas horas só. Infelizmente, não se pode esperar o mesmo das pessoas. Elas ficam magoadas mais tempo, e talvez até pela vida toda. Eu sinto muito! Pedi perdão, recentemente, a um amigo de longa data. Ele escolheu o silêncio, e eu o entendo perfeitamente. Nem todos conseguem ou querem se expressar, ainda mais quando algo toca fundo. E eu toco fundo. Eu exijo demais de mim mesma e dos outros. O que eu consigo ver é que, com algumas pessoas, o ajuste nunca ocorre, exatamente por eu magoar e ser magoada, mas perdoar e não ser perdoada. É duro admitir que errou, mas eu tenho consciência e coragem para isso. Eu dou novas chances. Eu queria que as pessoas vissem e admitissem também, mas não posso fazer isso por elas. É triste, mas há pessoas que vão ficando pelo caminho porque não conseguem lidar. Na hora, eu também não consigo lidar, mas depois eu dou um jeito, porque a presença delas é algo bom para mim, apesar de tudo. Algumas pessoas, no entanto, trazem o caos e não querem ajustar para que haja o alívio, e isso é muito legítimo também, pois ninguém é obrigado a estar perto de alguém que lhes faça mal. Se você quer estar perto de alguém e ficar bem, tente conversar, brigar ou o que for para que isso aconteça. Peça perdão. Admita os erros. Ouça a outra pessoa de coração aberto. Se não quer estar perto, seja claro também. As pessoas têm o direito de saber, ainda mais quando elas questionam. Amizade não é algo unilateral. Se não quer amizade com essa pessoa, há muitas outras, cujo conflito é mínimo, mas diga isso a ela. O importante é ser verdadeiro sempre, especialmente com você mesmo.

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