Acontece, às vezes como mecanismo de defesa, de as pessoas se afastarem das outras para não sofrerem uma separação. Paradoxal? Sentimento segue uma lógica? Talvez essas explicações sejam uma forma de tentar ver lógica nisso, afinal, quando você sabe que vai partir, você adota posturas maniqueístas: ou se afasta (para não sofrer) ou se aproxima mais (para ter lembranças depois). Para muitas pessoas, este último causa mais sofrimento, e chega a ser masoquista ficar retendo memórias para depois usá-las numa tarde chuvosa, ao som de uma música melancólica. Alguns, talvez os mais lógicos, talvez os já que sofreram muito, prefiram a outra opção: o afastamento. Quando você se afasta, não deixa de gostar (de algumas pessoas você até deixa, mesmo), mas faz os laços ficarem frouxos, pois, se as raízes não forem profundas, logo vão desaparecer. Um dia você vai partir e pode ser que ninguém nem vá nem se lembrar da pessoa legal que você era (e você era?).
Perto ou longe, pessoas significativas sempre estarão com você, nem que seja por meio de uma lembrança, de um conselho, de uma risada... São provas de que você habitou o coração de alguém e vice-versa - e tal fato, meus caros, é raríssimo de se manter ao longo dos anos. Falta coragem de manter alguém vivo dentro de nós, e de confessar, "você é parte de mim".