quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Acabou!

Como hoje é o último dia do ano, achei por bem fazer um novo balanço. As sensações estão mais fortes hoje, e as quebras e os laços firmados quase no fim de 2015 traçam um panorama de como trilhar o novo ano. Menos expectativas, menos preocupações e menos apoio no que não pode durar. É importante que saibamos com quem podemos contar, mas sempre agir sozinho. Parcerias são importantes, mas a palavra da hora é fazer por conta própria. Não é egoísmo, nem nada. É saber quando sair de cena, quando deixar o local, quando não pedir ajuda desnecessariamente, quando não ser carente e nem ficar à mercê da vontade alheia. É conseguir dar conta por si mesmo, sem precisar gritar aos quatro ventos o que você faz, o que fez ou o que pretende fazer. Seguir em frente, fazer o que gosta, o que quer e deixar que as opiniões influenciem muito pouco. Só quem conhece sua luta é você mesmo! Quem sempre acompanha você pode entender essa luta, mas não senti-la. It's up to you! Seja alguém para você mesmo.

Feliz 2016 - com a cabeça erguida e com pés no chão, não deixando que nada, nem ninguém, possa nos impedir de realizar o que queremos e de ser o que sempre fomos! Eu acredito que conseguirei alcançar o inesperado, pois o inesperado também acredita em mim e quer me alcançar.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Open

Hoje uma certa música me perseguiu (mentalmente) a manhã toda. Depois, com os afazeres cotidianos, até consegui esquecê-la, mas, agora à noite, ela volta a ecoar em mente, bem como traz lembranças e sensações há muito perdidas - e/ou reencontradas... É... Acho que alguns infinitos são mesmo maiores do que outros...

Trechos da canção:

"Falling through pages of Martens on angels
Feeling my heart pull west
I saw the future dressed as a stranger
Love in a space-dye vest

Love is an act of blood and I'm bleeding
A pool in the shape of a heart
Beauty projection in the reflection
Always the worst way to start

[...]

Now that you're gone I'm trying to take it
Learning to swallow the rage
Found a new girl I think we can make it
As long as she stays on the page

This is not how I want it to end
And I'll never be open again

[...]

There's no one to take my blame
If they wanted to
There's nothing to keep me sane
And it's all the same to you

There's nowhere to set my aim
So I'm everywhere
Never come near me again
Do you really think I need you?

I'll never be open again
I could never be open again
I'll never be open again
I could never be open again

And I'll smile and I'll learn to pretend
And I'll never be open again
And I'll have no more dreams to defend
And I'll never be open again..."

sábado, 12 de dezembro de 2015

Balanço

2015 ainda insiste em ficar, mas faltam poucos dias para que, simbolicamente, ele vá embora. Essa passagem de tempo, marcada por calendários e agendas, que traz uma falsa impressão de renovação, faz com que, muitas vezes, acreditemos nesse "novo começo". Continuamos tendo os mesmos afazeres e preocupações, mas, ao virar a página da agenda e ver um novo número acrescentado ao final, parece que uma mágica ocorre: temos disposição, fazemos planos, esquecemos o que aconteceu de ruim... Esses ritos de passagem são importantes, mas somente quando estamos dispostos a passar por eles. Creio que é um bom momento agora para eu enfrentar tudo isso e acreditar num ano diferente. 2015 foi um tsunami! Saiu arrasando e inundando várias áreas da minha vida, mas também lavou muitas impurezas e levou embora algumas incertezas. Pude me sentir mais firme depois de estar à beira do abismo, em que eu olhei para ele e ele olhou de volta para mim (parafraseando Nietzsche). Por muitas vezes, achei que não aguentaria, mas, depois de ser salva, de várias formas, ainda tremendo e sem acreditar muito bem no que acontecia, pude reavaliar algumas práticas e voltar ao caminho de me tornar o que sou (Nietzsche novamente!).

Foram duras lições aprendidas em 2015, mas termino de enfrentar este ano com esperanças em 2016. Levo comigo o ensinamento de um velho provérbio chinês: "espere o melhor, prepare-se para o pior e receba o que vier". Que eu consiga, cada vez mais, com base nisso, criar menos expectativa, mas que eu não perca a crença em dias melhores. Renovei meu coração e minha mente, tomei atitudes que considero acertadas e aguardo resultados das minhas ações, bem como vou continuar lutando pelo que acredito. Eu tinha abandonado algumas coisas à beira do caminho, mas resgatei o que precisava ser resgatado, pois, mesmo que não devamos viver de passado (para não ficarmos tristes) e nem de futuro (para não ficarmos ansiosos), a espiral da nossa vida sempre nos remete a um ou outro, e alguns valores e esperanças fazem parte de nós e precisam viajar conosco na bagagem.

O impossível e o improvável estão ao nosso alcance. O que falta, muitas vezes, é oportunidade. Recebo 2016 de coração aberto, com a mente pronta para os novos desafios e com esperança de realizar o inesperado.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Alquimistas

Ele diz que eu faço mágica com as palavras, mas ele faz mágica com os sentimentos. Se eu descrevo bem o que se passa ou transformo eventos cotidianos em extraordinários, ele consegue fazer um coração gelado se sentir vivo novamente apenas com boas intenções. Se eu invento mundos e pessoas psicologicamente verossímeis, ele faz um gesto ou diz algo e muda a percepção da realidade. Se eu uso mil palavras para fazer o mundo girar na direção que eu quiser, ele dá uma risada ou faz uma piada e transforma tristeza em alegria. Somos alquimistas, de certa forma, tocando mundos diferentes com nossas mágicas, transformando o impossível e fazendo acontecer, mesmo quando tudo parece perdido em redemoinhos de vento.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Resgate

Mesmo sendo uma pessoa equilibrada, às vezes você se confunde com as sombras, perde o equilíbrio no vai-e-vem das ondas e acaba caindo ao mar. Nesse misto de tempestade e ondas bravias, em que você quase se afoga e se aflige por não saber o que está acontecendo ou como vai sair dessa situação, você grita, desesperado, por ajuda, mesmo não tendo certeza se esse bote salva-vidas virá. Qual não é a surpresa quando uma boia é jogada e você se agarra a ela, com todas as forças, e vê um barco se aproximando! De início, são momentos incrédulos, mas depois você percebe que é o resgate que chegou. Seu corpo e sua mente foram resgatados e, mesmo que haja uma confusão mental e física logo no começo, em seguida você recupera a capacidade de andar e de pensar apropriadamente. Você escapou ileso! Está vivo!

Existe tanta gente com habilidade salvadora... Enquanto alguns tentam afogar você ainda mais, outras pessoas jogam boias e tentam (e conseguem!) salvar sua vida, devolvem a você o que estava perdido, inclusive o que você nem sabia mais que ainda existia em seu íntimo. Tenho restituído minha fé no ser humano - no sentido do que ainda podemos resgatar em cada um de nós, tendo a motivação e o empenho corretos. Que sejamos nós mesmos, apesar de tudo, e que ajudemos os outros a serem eles mesmos também. Dessa forma, talvez alcancemos a tão almejada paz...

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Peso

Este ano eu voltei a fazer aqueles planos. Sim, aqueles de sempre. Estava tudo certo para concretizá-los. Despedi-me de amigos, de afazeres, de lugares... Eu estava em outra órbita. Finalmente eu realizaria o que só executava em pensamento. De repente, algo mudou. Um golpe do destino atravessou meu caminho e me mostrou uma nova trilha, que parecia promissora. Com base nisso, outros planos surgiram, inclusive relacionados a outros seres vivos. Encontro-me, agora, desmotivada. Meus planos não foram executados. A atividade, que parecia um presente divino, tornou-se um martírio. O que fazer? Implorar ao destino que atravesse meu caminho novamente com uma surpresa boa (mas nada de pegadinhas)? Desisti dos meus planos antigos em detrimento disso e estou desistindo dos novos planos...

Antes, um samurai; depois, um ronin. Existe glória depois de tudo isso? Haverá um renovo? É tempo de o guerreiro voltar a ficar pensativo à beira do lago, pois a espada e o escudo estão ficando pesados demais...

domingo, 13 de setembro de 2015

Aceitar

Você já esteve tão desesperado para assumir um novo emprego ou comprar algo novo que assinou o contrato concordando com todas as cláusulas? Achou que não havia problema nenhum em dizer "sim" para algumas coisas e "não" para outras? Pensou que seria fácil lidar com as adversidades da nova função ou do novo serviço/produto SEM ter o ônus das coisas de que você foi privado? Algumas "missões" são assim: você assume achando que vai aguentar tudo e que o preço a ser pago é irrelevante diante dos ganhos que você obterá ao desenvolver o que lhe foi destinado, mas, com o passar do tempo, aquela tarefa se torna árdua (porque, na verdade, sempre foi) exatamente pela falta do ônus que você disse que não sentiria falta. Aí, nesse momento, você pensa em dois caminhos: abandonar a missão e correr atrás do que lhe falta ou continuar a missão, aceitando a lacuna. Só que, segundo sua cabeça responsável, você sabe que a primeira opção não funciona, pois a "missão" sempre estará ali, cobrando de você a realização. Sim, você já tentou abandonar tudo e não deu certo. A segunda opção, infelizmente, é a única viável. Resignação é algo difícil - e talvez seja isso que você tenha que aprender: abrir mão do que mais deseja (algo individual) em prol do que você precisa fazer (algo coletivo). Aceitar - assim como você aceitou no dia em que assumiu o compromisso de não voltar atrás...

domingo, 21 de junho de 2015

Offline

Hoje eu senti uma vontade extrema de ficar offline. Desligar celular, cometer "suicídio virtual" em redes sociais, não checar email, estar num lugar sem 3G ou wi-fi... Fiz isso? Não. Continuo aqui, plugada, mas senti uma falta imensa da época em que eu podia ir para um lugar e ficar incomunicável. Sim, isso é bom! Por muitas vezes senti essa vontade, mas era quando eu estava triste - só que hoje é exatamente o contrário! Estou muito feliz e realizada, sentindo-me livre e solta, daí a vontade de não depender de nada que me prenda, que me escravize, que me faça verificar se alguém está interagindo comigo. Às vezes é bom estar só, numa ilha, sem contato. Nosso mundo globalizado e internáutico nos tirou essa possibilidade. Claro que ainda é possível "sumir do mapa", mas tornou-se uma tarefa mais difícil. Alguém vai encontrar você, de alguma forma. Em parte, isso é ruim! Nem sempre é bom ser encontrado, e não é para fazer nada "errado", mas simplesmente para desfrutar de privacidade.

sábado, 20 de junho de 2015

Indo

Tudo vai ficar para trás. Na verdade, já ficou - mas você insistiu em permanecer, em ficar onde já não mais pertencia. Na verdade, nunca pertenceu. Nasceu em outro local, brotou em outras terras, rodeada por outros ares. Nunca foi aqui o seu lugar. Algo precisava ser feito aqui, mas parece que o tempo encerrou. O ciclo fechou. Só resta a partida. As despedidas discretas começam e, a cada dia, um novo adeus. Você se desconecta a cada passo e vai caminhando livre, rumo a novos horizontes. Seu espírito não aceita grilhões. Você não pertence a lugar nenhum - e a todos, ao mesmo tempo. Essa é sua probabilidade quântica. Talvez a estrada seja seu lar - talvez... Um dia, você descobrirá: quando chegar a algum lugar e queira ficar - mas talvez isso dure tempo suficiente para você ouvir novamente o chamado da estrada. Olhe para cima e deixe as estrelas guiarem seu rumo. Rode a bússola e dê um passo adiante. Norte, sul, leste ou oeste: o que importa é ir, sem se deixar prender levianamente por coisas ou pessoas que não valorizam sua permanência. Fique porque quer. Vá porque quer. O que importa estará sempre com você, num recôndito particular, como um tesouro inigualável que não pode ser roubado. Vá e/ou fique - mas sempre por vontade própria.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Crescendo

Que eu não perca o brilho de curiosidade que meus olhos sempre tiveram; que eu não deixe de acreditar no que é possível realizar; que eu não deixe de me maravilhar com os espetáculos da natureza; que eu continue perguntando "por quê?" e não me contente com respostas prontas; que meu coração continue aberto às pessoas; que eu continue me emocionando com o que considero belo e tocante; que eu não perca aquela "loucura" que me caracteriza; que meu sorriso não se apague; que eu me torne o que sempre fui; que eu, ao olhar para trás, veja um ar de aprovação e de orgulho naquela Érika criança, como que dizendo, "você é exatamente o que eu queria ser quando crescesse!".

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Esperança

Eu poderia dizer que algumas coisas perderam o sentido, mas talvez não seja isso. O significado que algumas palavras tinham no meu dicionário pessoal não batia com a realidade dos acontecimentos e acabei por me perder nos sentidos. Talvez eles realmente tenham se perdido - e talvez eu esteja tentando ressignificá-los de alguma forma. A visão que temos do mundo, das coisas, das pessoas, das situações pode, em algum momento, não corresponder com o que acontece e, ou achamos que tudo é loucura "lá de fora", ou loucura nossa - e aí tentamos reequilibrar, aproximando os significados e tentando criar outros. Neologismos aparecem e fazem sentido por um tempo - mas até quando? Atualmente, busco novos significados para velhos conceitos empoeirados, antes que eles se percam. Sei que algo mudou, mas não totalmente, pois, como já me disseram, não se pode perder a esperança. Em meu livro preferido, meu personagem predileto termina por dizer, "[...] esperar e ter esperança!". Talvez eu deva sucumbir aos apelos da literatura e de alguns conhecidos, que me dizem para ter esperança...

Trecho dessa parte do livro: "[...] não existe felicidade nem infelicidade neste mundo, existe apenas a comparação de um estado com outro e mais nada. Só aquele que experimentou o extremo infortúnio se encontra apto a experimentar a extrema felicidade. É necessário ter querido morrer [...] para saber como é bom viver. [...] até ao dia em que Deus se dignar desvendar o futuro ao homem, toda a sabedoria humana residirá nestas palavras: esperar e ter esperança!"

Esperar e ter esperança: estou começando a me convencer disso - e a dar novos significados e sentidos ao que eu pretendia largar pelo caminho...

domingo, 10 de maio de 2015

Saudade

Você aprende desde cedo que SAUDADE é aquela palavra portuguesa sem tradução. Seja você um brasileiro, um português ou um estrangeiro que está aprendendo nosso idioma: você aprende o significado e a intraduzibilidade dessa palavra. Você aprende, também, que não é só linguisticamente que ela se apresenta como uma palavra complicada. Como definir o que você sente quando alguém que você ama vai embora? E quando alguém querido morre? E quando aquele local que você costumava ir não é mais de fácil acesso? E as músicas, os cheiros, os gostos, os momentos, os lugares, as palavras ditas, os gestos, os olhares, os sorrisos, as sensações...? Saudade é algo complicado, e vai além do dicionário. Tradução intralingual, interlingual ou intersemiótica não dão conta do significado que essa palavra abarca. Há que ser poeta para defini-la, mas, antes de tudo, há que ser humano e ter sofrido perdas, separações e privações - e o mais importante: há que ter amado! Sem sentimento envolvido - aquela vontade de sentir novamente, de reviver - não há como encontrar definições. Beira o intangível. É como olhar para as estrelas e querer estar lá - acho que essa é a minha definição para vocábulo tão singular...

terça-feira, 21 de abril de 2015

Chance

Às vezes, em belíssimas noites claras, você olha para aquela estrela (sim, aquela sua estrela) e pergunta muitas coisas, esperando que ela, antropomorficamente, olhe para você e responda algo - mas ela continua só piscando (o que já é lindo por si só).

O sinal que você espera, muitas vezes, vem de forma estranha, imprevisível, disfarçada e, quando você pensa a respeito, imagina que foi sua estrela sussurrando, "é sua chance!".

"'Cause you're a sky
'Cause you're a sky full of stars 
'Cause you light up the path..."

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Words

Where My Books Go

All the words that I utter,
And all the words that I write,
Must spread out their wings untiring,
And never rest in their flight,
Till they come where your sad, sad heart is,
And sing to you in the night,
Beyond where the waters are moving,
Storm-darken’d or starry bright.

(William Butler Yeats)

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Joe

"Ligo o rádio do meu carro e pego a estrada
Não sei nem pra onde eu vou
Ponho os óculos escuros
Deixo a mente apertar o acelerador

Essa noite eu quero festa, eu quero rua
Eu quero é me apaixonar
Um romance a cem por hora
Alguém sozinho como eu pra poder falar:

Me leva pra casa,
Me pega no colo,
Me conta uma história,
Me mata de amor..."

sábado, 4 de abril de 2015

Vulcão

"Gotta find me a future, move out of my way!". Essa música está ribombando em minha mente ("I Want It All", Queen). Eu quero muitas coisas e sei que elas são possíveis! Hoje ouvi outras canções que me lembraram de algumas pessoas com gostos singulares (como os meus) e pensei, por um momento, que há poucos assim por aí. Há poucos, mas existem! Por que não acreditar que, um dia, posso voltar a compartilhar alguns desses gostos com amigos diferentes? As pessoas que se foram, infelizmente, não voltam, e o que partilhamos ficará eternizado na história. Um dia, quem sabe, podemos estar juntos novamente e dividirmos algumas lembranças, talvez até embalados pelas mesmas músicas, mas, ah... Bom mesmo é ter esperança de que outras pessoas virão e dirão, "oh, você também gosta disso?". É muito confortante quando encontramos outros seres em nosso caminho que possam entender as sutilezas de nossa alma... Quando se encontra alguém assim, deve-se prestar atenção: é um evento único e imperdível!

Quanto aos desejos, esses são sagrados. Nada pode impedir um sonho de ser realizado, especialmente quando ele é palpável, e não mero devaneio. Cansei de me agarrar a coisas insatisfatórias só porque eram mais fáceis. Ainda há muito a ser realizado - e nada, nem ninguém, deve ser um impedimento. Eu acredito em luta, em vitória, em desbravamento, mesmo que eu tenha ficado parada por muito tempo. Eu acredito em mudanças, em renovação, em melhoras. Não gosto de nada que me prenda, que me limite, que me bitole. "Os meus olhos têm a fome do horizonte". É essa fome que eu quero tentar saciar, mas espero que eu não consiga, para que eu possa sempre estar buscando algo novo. Eu preciso disso. Eu quero isso.

A lava está prestes a fazer o vulcão entrar em erupção. Depois que isso acontecer, nada impedirá o voo da Fênix.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Acabado

Acho que aquele foi mesmo o dia em que o mundo acabou... Tanta coisa aconteceu depois disso que, às vezes, parece que realmente foi o fim. Foi o dia em que meu melhor amigo se foi. Foi o dia em que eu não estava presente para lamentar sua perda. Os dias seguintes pareciam sombras dos anteriores. Uma névoa estranha, de incertezas e de acontecimentos inusitados, fez com que tudo parecesse um sonho. Talvez ainda seja. Talvez nada disso seja real. Na verdade, talvez agora é que o real tenha se manifestado, como em "Vanilla Sky". Agora é que me dei conta da perda do meu amigo, dos lugares fantasiosos por que passei e dos estranhos eventos que aconteceram.

Não sei se quero enfrentar outros fins do mundo... Acordar num mundo pós-apocalíptico depois de viver uma ilusão é muito pior que enfrentar os horrores da guerra disfarçados de eventos incomuns, como em "A Vida é Bela"...

Foi tudo ilusão. Meu amigo não existe desde aquela época... Eu já não existo como antes desde muito tempo. Onde estive? Só sei que agora sei para onde ir: de onde eu nunca deveria ter saído quando o mundo já tinha acabado...

segunda-feira, 30 de março de 2015

Fortaleza

Avistar a fortaleza não é tão assustador quanto tentar entrar nela à força. Há resistência, flechas voam, guerreiros saem do meio do nada para manterem o local protegido e seguro. Não há como entrar. É uma fortaleza, e com muros altos. É preciso ter calma e se fazer entender para que reine a diplomacia e a ponte possa ser, voluntariamente, baixada. Só assim é possível entrar, ao menos em uma parte do local, e tentar um diálogo. Caso contrário, dali mesmo já se é lançado aos crocodilos.

A fortaleza é alta, mas não é intransponível. É bem vigiada, mas pode se conquistar a confiança. Tem uma boa defesa e um bom ataque, mas pedras também podem virar pó. Não é preciso ter medo, fortaleza. Não quero entrar para causar guerra. Jogo a espada fora e quebro o escudo, se for preciso. Eu venho em missão de paz, só precisando descansar um pouco de tantas batalhas, querendo curar algumas feridas e beber uma água fresca. Não sou um inimigo, e sim um aliado, caso precise de mais um combatente.

Seus muros altos não me assustam mais. Eu me encosto neles para admirar o céu...

domingo, 22 de março de 2015

Amanhã

"Amanhã será um lindo dia" - já cantava Guilherme Arantes. Não sei qualificar a beleza, mas sei que amanhã será um dia diferente. Firmei o propósito de viver somente o hoje, mas esta semana me vi enredada em ontens longínquos... Muitos acontecimentos e conversas fizeram-me pensar em outro dia: o amanhã. Não temos controle sobre o ontem, nem sobre o amanhã, mas e o hoje? Não está passando, célere e galopante, diante dos nossos olhos? Daqui a pouco o hoje já virou ontem, e o amanhã já virou hoje, que virou ontem, e por aí vai... Resolvi pensar (não tanto, mas moderadamente) no amanhã. Sim. Ele pode trazer esperança e conforto, mas não do tipo ilusório, e sim do tipo por que vale a pena lutar. Não adianta viver um hoje insatisfatório. Quero ter outros hojes com conteúdo e, para isso, preciso pensar no amanhã. Não sei se ele chega, mas, se chegar, ao menos será firmado em ações que faço agora. Quero viver meu hoje pensando num bom amanhã. Não há garantias, mas há promessas; não há certezas, mas há fundamento. Ao menos será uma tentativa, e aprenderei bastante no processo. A estrada pode ser longa ou curta, mas trilhá-la é inevitável. É a minha estrada. É o meu caminho. São as minhas escolhas. Quero um dia olhar para trás e saber que deixei os piores dias em seus devidos lugares.

Amanhã já é um lindo dia, pois ele começa a ser construído agora. Hoje. Já.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Ontem

Firmei um propósito, há algumas semanas, de viver somente o dia de hoje. Só que hoje é um daqueles dias inevitáveis. Hoje é um daqueles dias em que estou vivendo o ontem. Músicas me vieram à cabeça e, com elas, a sombra de um sorriso que eu deixei numa das curvas da highway, como canta Engenheiros do Hawaii. Na verdade, foi uma semana regada a lembranças, e viver somente o hoje foi complicado. Fiquei com um pé lá atrás, relembrando eventos muito antigos. Hoje, em especial, lembrei-me de um certo sorriso, de um olhar, de alguém que me tratava de forma especial... Ah, eu espero que ele ainda seja assim, com aquela sensatez, inteligência e sensibilidade. Vivemos momentos singulares, que se perderam na maré dos longos anos, mas que, às vezes, retornam e me deixam nostálgica. É bom saber que ele está feliz e que, mesmo que tenha mudado, em minhas lembranças será sempre aquele que tinha palavras singelas para me dizer.

Outra lembrança de hoje é o aniversário de alguém tão querido que não está mais entre nós. Tantos anos comemorando essa data e, mesmo depois de duas décadas, ainda é triste saber que ele não está aqui... Sua presença, entretanto, foi tão marcante que ainda é possível ver obras de suas mãos espalhadas pelo ambiente em que me encontro - mas não só aqui! Ensinamentos, fotos, lembranças, sorrisos, choros, momentos difíceis, momentos simples... Desde que me entendo por gente, ele já existia e segurava minha mão. Gostaria que ele estivesse aqui agora, no meu hoje, para me dizer algumas palavras que poderiam nortear meu amanhã...

Hoje, para mim, é tão ontem que eu me sinto desconectada. Pessoas e fatos recentes não me interessam muito, pois perdem a importância em meio a tantas outras lembranças significativas...

O tempo corre célere, mas me sinto feliz por ter ótimas recordações de pessoas que realmente fizeram a diferença no meu mundo.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Rodopio

Gostei tanto do meu próprio desabafo que, antes de publicá-lo numa rede social, vou registrá-lo aqui, em primeira mão:

"Quando você passa a viver somente o hoje, os detalhes cotidianos ganham cores que você nem imaginava... Engraçado: de realista cotidiana passei a ser "poeta" do dia a dia... Quem diria que uma decisão simples seria tão avassaladora... Um furacão nos deixa leves? Talvez - para nos fazer flutuar em meio ao rodopio..."

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Hoje

Hoje é aquele dia que não se repete. Parece óbvio? Muita gente vive como se tudo fosse igual todos os dias. Apesar dessa sensação, cada dia é diferente. A decisão de viver somente o hoje passa por longas experiências e inquietações, e o simples fato de tomar isso como uma diretriz trouxe mais leveza do que se poderia imaginar. E se não existir um amanhã, ao menos para mim? Eu posso voltar atrás e mudar os acontecimentos? Adianta planejar? Muitas vezes, sentimos segurança em deixar planos prontos e dinheiro acumulado, mas, se algo acontecer, se um meteoro destruir a Terra, se você morrer, de que adianta tudo isso? Eu conheci uma pessoa que não planejava nada e vivia somente o dia de hoje, e ela foi mais longe do que qualquer um dos meus amigos que costumavam fazer planos e se preparar para o futuro. A vida é incerta, mesmo, e não há uma fórmula para se viver bem. Cada um escolhe o que lhe serve para continuar vivendo - e o bom é que seja da melhor forma possível. Hoje eu escolhi viver assim, pois já tentei antes e foi a melhor época da minha vida. As consequências dessa escolha são somente minhas, então por que alguém iria se incomodar com isso? Escolhi viver o hoje, num eterno e contínuo agora, neste local em que estou (seja ele qual for no momento).

Hoje é o dia que tenho em mãos e já sei exatamente o que fazer assim que eu puser um ponto final neste desabafo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Confiança

Esses dias li numa página alguém falando sobre (in)gratidão, que não devemos esperar nada de ninguém, não criar expectativas, essas coisas. Analisando friamente e com base em experiências, aprendemos, com o tempo, que não se pode confiar em qualquer um, mas, como saber em quem confiar até dar uma chance? Eu fui criada numa família de pessoas bondosas que ajudavam o próximo e que me ensinaram a ser boa e gentil com o ser humano, a ter piedade, a tentar entender... Como não criar expectativas em relação à gratidão quando você vê pessoas dentro de casa sendo confiáveis e provando a outras pessoas que as palavras (e ações) delas tinham fundamento? Essas pessoas acabam virando modelo e, mesmo que você saiba que lá fora está cheio de pessoas não-confiáveis, pela probabilidade, pelo menos umas poucas serão confiáveis, então, como não esperar algo delas? São todas más? Será que as gerações é que mudaram tanto assim? Tive boas referências e me sinto muito decepcionada (sim, criei expectativas) quando alguém mente, engana, "dá uma rasteira", distorce as palavras, é falso, mesquinho, egoísta... Conheço várias pessoas assim, mas, infelizmente, elas eram tão ardilosas que fingiram "inocência", ou seja, elas imploraram por um voto de confiança. Digam-me, então: como não criar expectativas? Viveremos sempre desconfiando de todo mundo só porque um ser humano nos decepcionou? Será que temos uma "raiz ruim"? Não há mesmo esperança para nós? Onde está o social, a educação e outros valores nesse meio aí? Fica parecendo que os indivíduos são todos maus e temos que tomar cuidado sempre, pois ninguém nunca mudará. É um vírus? Zumbis? Que fatalismo! Que ansiedade! Espero que não nos contaminemos por causa de uns e outros que se infiltram em nosso meio. O ser humano erra? Claro - só que, quando erram o tempo todo com você, não é sua culpa por ter sido "inocente" e ter acreditado, e também não estou dizendo que é culpa do outro. Deve ser um fardo enorme ter que fingir, enganar, manipular e machucar os outros para conseguir achar significado na vida. O bom mesmo é ficar longe, caso você não queira se sentir vítima das situações novamente. Acredite. Há outros seres humanos, que erram, que pedem desculpa e que merecem ter sua confiança de novo. Ninguém é uma ilha, e ninguém fica impune por muito tempo...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Centelhas

Hoje voltei a pensar em nós. Há pouco tempo, escrevi algo para nós dois, mas talvez você nunca leia. Não que você não exista - é claro que você está aí, em algum lugar, no nosso local quântico, mas não sei se minhas letras alcançarão essa dimensão. Estamos em todos os lugares, e em nenhum lugar. Estou aqui agora, mas você, onde estará?

As estrelas estavam maravilhosas no último sábado. Aquela poeira galáctica me transportou mentalmente a muitos lugares. Hoje há um meteoro passando muito perto do meu planeta, e ele bem que poderia me carregar para lugares longínquos onde meu pensamento já vai com facilidade... Enquanto isso, no entanto, uso esse recurso linguístico para tentar descrever minhas sensações de uma noite perfeita. Senti-me poeira de estrela, como Carl Sagan gostava de comparar...

Você também é poeira de estrela, mas não sei seu local preciso. Em que época você está e em que lugar do universo? É sempre bom saber que posso encontrar você no instante infinito de uma fração de segundo e, depois disso, ter uma eternidade para me recordar do efêmero momento que tanto nos marcou...

Tenho certeza de que você está agora pensando em mim, pois agora estou pensando em você. A diferença é que seu agora é distinto do meu, e seu aqui está mais longe do que imaginamos. Estamos juntos, mas separados (talvez não por distâncias físicas, mas temporais. Como saber?). O que eu sei é que somos, e não houve ninguém até agora que me tirasse essa esperança de (re)encontrá-lo, pois sei que nos reconheceremos pelos detalhes e pelo brilho que emanará de nossos olhos, como fagulhas de estrelas longínquas.

Eu e você: centelhas existenciais...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Escrever

O que há de tão mágico no ato de escrever? Ler é fenomenal, mas criar e concatenar conteúdos por meio de letras, inventar e deixar fluir o que está fervilhando na mente é incomparável! Quando a escrita flui e as palavras se encadeiam formando frases e fazendo sentido, é como ver um pássaro voar e criar caminhos imaginários pelo céu. Seja uma crônica, um poema, uma divagação, um desabafo ou uma simples carta comercial: pura criação, explodindo como estrelas brilhantes e cheias de energia.

Escrever é libertador! Preenche espaços, inunda o ser, faz com que a vida tenha muitas cores, faz com que pessoas inexistentes passem a existir! Cria lugares, idiomas, culturas. Reflete sobre o que existe e sobre o que poderia acontecer. Escrever abre a janela para mundos desconhecidos - ou desnuda o que há muito tempo as pessoas tentam encobrir...

Escrevo porque quero, porque preciso, porque faz sentido, porque me envolve, porque me desnuda, porque me esconde, porque me descobre, porque me preenche, porque faz parte de mim, porque me alimenta, porque sacia a sede dessa voz que clama no deserto!

sábado, 10 de janeiro de 2015

Selfie

2015 tem me trazido muitas reflexões. Além dos planos e ideias, os pensamentos sobre minha vida, sobre meu comportamento, sobre minha forma de lidar com situações e pessoas têm aflorado e feito com que eu repense e veja tudo isso sob ângulos diferentes. Às vezes, nós nos acostumamos a pensar, a falar e a agir do modo habitual e não nos permitimos pensar com ousadia. Sabe o que acontece? Temos medo! Medo de admitir nossos erros, nossas falhas, nossas limitações; medo de ferir nosso orgulho; medo de sofrer; medo de perder. O medo escraviza, e é preciso ser corajoso para dizer que errou, que pensou ou sentiu demais (ou de menos), que se enganou, que não quis fazer algo para não "perder ponto" com as pessoas. É preciso audácia para olhar-se no espelho e dizer o que mais se tem medo de ouvir e, em seguida, sentir o arrepio do inevitável, o choro preso na garganta, chamar-se de idiota por ter acreditado demais, ter medo do próprio olhar inquisidor... Depois disso, os ombros descansam de tanto peso, a expressão fica suave, o rosto em lágrimas dá lugar a um sorriso e a uma condescendência materna que emana perdão em cada movimento. Não é preciso ter medo de si mesmo. Todas as perguntas e todas as respostas estão ali, dentro de nós. É só ter a coragem para fazê-las, e mais coragem ainda para respondê-las. Receber as respostas como elas vêm e lidar com isso. Passar pelas lutas e pelos lutos. Não negar o sofrimento que isso causa, mas não viver atormentado por ele. Reerguer-se - mais forte, mais preparado, pronto para novos acontecimentos (bons e ruins), mas sem se deixar contaminar por outros reflexos que queiram interferir no diálogo eu-eu. Só o eu sabe de si, e é só ele, no olhar recíproco do espelho, que pode dar as respostas satisfatórias.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Thrill

The Thrill Is Gone
B.B. King

The thrill is gone
The thrill is gone away
The thrill is gone, baby
The thrill is gone away
You know you done me wrong, baby
And you'll be sorry someday

The thrill is gone
It's gone away from me
The thrill is gone, baby
The thrill is gone away from me
Although I'll still live on
But so lonely I'll be

The thrill is gone
It's gone away for good
The thrill is gone, baby
It's gone away for good
Someday I know I'll be open armed, baby
Just like I know a good man should

You know I'm free, free now, baby
I'm free from your spell
Oh I'm free, free, free now
I'm free from your spell
And now that it's all over
All I can do is wish you well

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Leve

Mais um ano chegou e, com ele, as sensações típicas que emanam de um simbólico recomeçar. Desde então, tenho me sentido muito bem, feliz e focada, e cumprindo minha determinação vulcana (Mr. Spock mode ON). Estou confortável comigo mesma, além de gostar da companhia de alguns. Tenho conversado e visto pessoas que realmente se importam comigo, e por quem tenho um carinho especial: pessoas que ligam, mandam mensagens, vêm me visitar, passam um tempo comigo... Isso faz muita diferença para mim, especialmente nesse momento em que estou pesando e avaliando quem realmente veio para ficar. Estou agradecida pelos presentes, mas também pelos ausentes, pois todos estão fazendo questão de mostrar o quanto eu importo e significo para eles (sim, eu estou quantificando!). Além disso, estou muito feliz por poder estar fazendo as atividades de que gosto, agradando a mim mesma e reencontrando aquele equilíbrio que achamos quando dizemos, "ah, como eu amo fazer isso!". Meu tempo é precioso. Eu sou especial demais para o cosmos para que eu me transforme em passatempo de entediados...

2015 vai bombar! Cheia de expectativas, ideias, planos, contatos, pessoas e situações novas... Toda a negatividade tem dado lugar a novas sensações e ações benéficas. Estou satisfeita comigo mesma - mas estou longe do egoísmo, mesmo tendo voltado à minha racionalidade básica. Continuo me importando e fazendo o possível para ajudar o próximo, mas nunca mais me torturando nesse processo!

Livre, leve e solta! Consegue acompanhar? Venha - ou então me aprecie de longe...