quarta-feira, 17 de junho de 2020

Desacelerar

Quando você começa a desacelerar, tudo vai, ironicamente, acontecendo de repente. Quando você vê, sua vida voltou ao normal e, aos poucos, você se sente mais centrado e confiante, pois as interferências de outras pessoas são deixadas de lado, já que você toma posse das suas escolhas e enfrenta as consequências (boas e ruins) das suas decisões. Entenda: você é um ser social, as pessoas vivem COM você, mas ninguém pode viver POR você. Não é bom ter pressa e ficar ansioso, mas postergar e não agir gera frustração e angústia. Silenciar e ouvir a "voz interior" é um passo importante para conhecer a si mesmo. Depois que você "se olha no espelho" e sabe exatamente do que é capaz, seus valores, seus desejos, suas capacidades, suas limitações, você consegue ter um convívio amigável e pacífico consigo próprio. Não há pessoa mais forte e poderosa do que aquela que sabe realmente quem é. Não seja um estranho para você mesmo. Seja seu melhor amigo e sua própria fonte de energia.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Dentro

Hoje perguntei a um amigo o que ele tem feito para manter a paz. Perguntei se ele faz meditação e ele me disse, "sim, sempre. É preciso ir para dentro, e não para fora". Isso me fez refletir. Pensei em todas as vezes em que tentamos agradar os outros e deixamos de lado o nosso eu (já que dizem que ser altruísta é algo "bonito"), só que não adianta fazer o bem e prejudicar-se. Pense em você! Volte seu olhar para dentro e tudo do lado de fora perderá a importância exagerada - ou melhor, perderá o valor superestimado que você está dando a pessoas e a situações transitórias. Tudo vai passar, mas você continua.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Receba

"Espere o melhor, prepare-se para o pior e receba o que vier". Esse provérbio chinês traz lições importantes. Primeiro: "espere o melhor". Esperar o melhor é acreditar que tudo aquilo que sonhamos/desejamos/almejamos vai se realizar. Traz esperança, mas também paciência ("espere"). Segundo: "prepare-se para o pior". Preparar-se é tomar precauções, é pensar nas variáveis que podem atrapalhar a realização de nossos sonhos/desejos. É avaliar as situações, mas também agir e arriscar-se conscientemente; é ter um plano reserva ("prepare-se"). Terceiro: "receba o que vier". Apesar dos sonhos e da preparação (tanto para a realização dos planos como para enfrentar um possível revés), pode acontecer algo completamente aleatório. "O que vier" pode não ser o que foi esperado/preparado (nem o bom, nem o ruim). Esta última parte nos ensina, portanto, a aceitação ("receba"). Quando nada é como queremos, reclamamos e não conseguimos vislumbrar uma solução, mas podemos aprender a receber o que nos chega e a transformar isso em algo proveitoso para nossas vidas. Muitas coisas acontecem conosco e cabe a nós decidir como vamos recebê-las. É como um presente: você o recebe e decide se agradece e tira o melhor proveito possível ou se olha para ele com desdém e joga-o num canto, reclamando que gostaria de ter recebido outra coisa. O ato de receber deve ser seguido de um ato de gratidão. Receba o que vier e agradeça. Certamente, depois disso, tudo será mais fácil e simples de administrar.

sábado, 21 de março de 2020

Pandemia

Sempre fui apaixonada por ficção científica. Já vi muitos filmes e li muitos livros com essa temática. Os filmes com conteúdo pós-apocalíptico, então, sempre me fascinaram, pois eu nunca imaginei que algo assim pudesse, realmente, acontecer. Nosso planeta já passou por muitas crises, mas, como já superamos todas e as gerações continuaram, acreditei que nunca mais enfrentaríamos momentos sinistros, ainda mais com a evolução da tecnologia e da ciência. Qual não é meu espanto ao deparar com essa nova situação. Estamos todos confinados em casa para não transmitirmos um vírus que surgiu em outro país. Quem diria! Os números crescem a cada dia de forma assustadora. Estamos trancados em casa, mas como isso tem sido para todos? Para muitos, é tranquilo, é normal: é só ficar em casa e estamos a salvo. Para outros, é uma tortura, um desespero. O que realmente esperar, já que, o único jeito, é deixar o tempo passar para trazer alento, esperança e soluções? Muito tem sido feito, mas nada nos preparou para essa situação. Estávamos seguros, vivendo normalmente nossas mazelas cotidianas. Tudo agora parece infinitamente menor do que essa pandemia. Estamos separados de entes queridos, estamos preocupados, ansiosos e precisamos exercer a paciência. Qual será o saldo, ao final de tudo isso? Nem me refiro aos mortos, infectados ou curados, e sim ao saldo emocional. Como sairemos dessa situação? Ilesos, nunca. Todos nós estamos sendo afetados, de alguma forma. Cabe a nós saber como enfrentaremos as consequências desse caos instaurado. Desejo a todos uma plena recuperação, principalmente emocional e psicológica, pois precisaremos de muita força e serenidade. Imunidade emocional é o que devemos estimular e cultivar para que possamos fortalecer aos que se encontram desesperançados. Nossa humanidade está em jogo. Que o saldo seja positivo.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

2020

Parece clichê que início de ano seja um momento de recomeço, mas, simbolicamente, é. Viramos uma página na agenda e esse ato, em si, ainda que seja um movimento pequeno, é um novo passo. Comecei o ano com muitas resoluções, e não só aquelas do papel: tenho executado, desde o fim do ano, tudo o que planejei (e há mais por vir!). Atitudes dizem muito, mas também ofereço um brinde ao acaso: os encontros que tive nesses poucos dias de 2020 (e um em especial) me fizeram dar adeus, definitivamente, a 2019. Começo o ano com a certeza de que eu melhorei, e muito. Os últimos anos foram agitados, de aprendizado intensivo e de recomeços constantes. Sobre o encontro especial que o acaso me proporcionou, posso dizer que aquele peso, ao menos de minha parte, não existe, assim como a pessoa que eu pensei que tivesse algum significado para mim. Hoje eu conversava com um amigo sobre essas "amizades líquidas", sobre ser descartado, sobre falta de profundidade, sobre intolerância e, ao deparar com tal pessoa do passado, que eu pensei estar viva nas lembranças e na vida, percebi que meus conceitos sobre amizade e perdão não estavam sintonizados com os dela. Naquele momento notei, enfim, que eu estava livre. Caminhei pelas ruas com a leveza de quem cumpriu sua parte, de quem pode, com firmeza e segurança, andar livremente sem nunca mais pensar em nada daquilo. Um dia, toda aquela história foi significativa (e todo o aprendizado ainda é, pois não se pode ignorar as lições); hoje, no entanto, essa história é só mais uma página virada, amarelada e sem importância alguma.