quinta-feira, 28 de maio de 2015

Crescendo

Que eu não perca o brilho de curiosidade que meus olhos sempre tiveram; que eu não deixe de acreditar no que é possível realizar; que eu não deixe de me maravilhar com os espetáculos da natureza; que eu continue perguntando "por quê?" e não me contente com respostas prontas; que meu coração continue aberto às pessoas; que eu continue me emocionando com o que considero belo e tocante; que eu não perca aquela "loucura" que me caracteriza; que meu sorriso não se apague; que eu me torne o que sempre fui; que eu, ao olhar para trás, veja um ar de aprovação e de orgulho naquela Érika criança, como que dizendo, "você é exatamente o que eu queria ser quando crescesse!".

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Esperança

Eu poderia dizer que algumas coisas perderam o sentido, mas talvez não seja isso. O significado que algumas palavras tinham no meu dicionário pessoal não batia com a realidade dos acontecimentos e acabei por me perder nos sentidos. Talvez eles realmente tenham se perdido - e talvez eu esteja tentando ressignificá-los de alguma forma. A visão que temos do mundo, das coisas, das pessoas, das situações pode, em algum momento, não corresponder com o que acontece e, ou achamos que tudo é loucura "lá de fora", ou loucura nossa - e aí tentamos reequilibrar, aproximando os significados e tentando criar outros. Neologismos aparecem e fazem sentido por um tempo - mas até quando? Atualmente, busco novos significados para velhos conceitos empoeirados, antes que eles se percam. Sei que algo mudou, mas não totalmente, pois, como já me disseram, não se pode perder a esperança. Em meu livro preferido, meu personagem predileto termina por dizer, "[...] esperar e ter esperança!". Talvez eu deva sucumbir aos apelos da literatura e de alguns conhecidos, que me dizem para ter esperança...

Trecho dessa parte do livro: "[...] não existe felicidade nem infelicidade neste mundo, existe apenas a comparação de um estado com outro e mais nada. Só aquele que experimentou o extremo infortúnio se encontra apto a experimentar a extrema felicidade. É necessário ter querido morrer [...] para saber como é bom viver. [...] até ao dia em que Deus se dignar desvendar o futuro ao homem, toda a sabedoria humana residirá nestas palavras: esperar e ter esperança!"

Esperar e ter esperança: estou começando a me convencer disso - e a dar novos significados e sentidos ao que eu pretendia largar pelo caminho...

domingo, 10 de maio de 2015

Saudade

Você aprende desde cedo que SAUDADE é aquela palavra portuguesa sem tradução. Seja você um brasileiro, um português ou um estrangeiro que está aprendendo nosso idioma: você aprende o significado e a intraduzibilidade dessa palavra. Você aprende, também, que não é só linguisticamente que ela se apresenta como uma palavra complicada. Como definir o que você sente quando alguém que você ama vai embora? E quando alguém querido morre? E quando aquele local que você costumava ir não é mais de fácil acesso? E as músicas, os cheiros, os gostos, os momentos, os lugares, as palavras ditas, os gestos, os olhares, os sorrisos, as sensações...? Saudade é algo complicado, e vai além do dicionário. Tradução intralingual, interlingual ou intersemiótica não dão conta do significado que essa palavra abarca. Há que ser poeta para defini-la, mas, antes de tudo, há que ser humano e ter sofrido perdas, separações e privações - e o mais importante: há que ter amado! Sem sentimento envolvido - aquela vontade de sentir novamente, de reviver - não há como encontrar definições. Beira o intangível. É como olhar para as estrelas e querer estar lá - acho que essa é a minha definição para vocábulo tão singular...