domingo, 21 de maio de 2017

Dança

Você chegou de surpresa e me viu – ou melhor, conseguiu me enxergar claramente. Foi como se um holofote tivesse sido colocado em mim: fiquei em destaque, ainda que eu estivesse tentando me esconder. Será que você viu em mim a energia que eu tentava emanar (apesar de, ao mesmo tempo e paradoxalmente, tentar me esconder)? Minutos antes, eu dançava e me libertava de toda a tormenta mental de dias anteriores: lembranças ruins e conversas com pessoas que não significam mais como antes. Naquele momento, ninguém estava ali, nem todo aquele trauma de situações pesadas vividas em terras longínquas. Eu me divertia genuinamente, sem preocupações, livre, como há tempos não me sentia. Aí você chegou. Viu algo em mim - talvez essa faísca de liberdade, esse desejo enorme de revolucionar. Você veio e me tirou para dançar, sem ao menos saber meu nome ou se eu falava a mesma língua. Fiquei apreensiva, mas me entreguei àquele momento – e foi uma das melhores decisões que tomei nesses últimos dias. Obrigada por esse momento significativo. Você me fez ver que estou viva, de várias formas. Você reacendeu o que estava adormecido e me fez ter certeza de que instantes assim valem a pena. Se vai continuar? Só o tempo para dizer – e mais danças como aquela...

Nenhum comentário: