"Por dezembros atravesso oceanos e desertos", já dizia a música. Dezembro chega e, com ele, lembranças de outros dezembros, em que alegria e tristeza se misturam. Em alguns pontos dessa estrada, dessa "infinita highway", a curva é sinuosa, a ponto de parecer fim da estrada - mas é só um (re)começo. Como sempre, andando sozinha nessa estrada, ao lado de poucos companheiros fiéis (que também têm suas caminhadas a seguir), eu preciso parar em frente ao lago e refletir - e, literalmente, deixar-me refletir. Todo mundo está caminhando, e alguns até estão correndo e se atropelando, mas eu preciso de pausas. Correr não vai adiantar, mas, muitas vezes, parar e pensar me ajuda a ir mais longe. Nem sempre o esperado vem como se espera, e o inesperado se transforma, imediatamente, no que mais foi desejado.
Tenho muito para pensar e refletir, e o lago no meio do caminho me transmite uma lição importante: a imagem refletida no espelho das águas, efêmera e disforme ao toque, ainda carrega a essência mutante daquela que realmente precisa de atenção e suporte. Eu sou o reflexo no lago. Eu sou alguém diferente do que eu era, e mais diferente ainda do que estou para me tornar. Ainda assim, em todos esses meus eus dispersos nos multiversos, algo se mantém e se desfaz. Esse algo intrínseco, que caracteriza o que posso chamar de "eu", precisa ser reafirmado, ou desfeito, mas que entre em sintonia com o "inner self" que emana de alguma forma. Algo me caracteriza, e é a essa fagulha que preciso ser fiel e lutar com todas as forças para que ela brilhe, nem que seja por um átimo na eternidade - o que já é tempo demais, considerando-se tal referência...
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