quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Racional

Este espaço é um refúgio. Diante de tantos espaços em que estamos colocados, também no virtual precisamos de um oásis, e é como descrevo este blog: meu oásis, meu refúgio, meu ponto de apoio, meu local de observação distante dos acontecimentos que me cercam. É aqui que descarrego, em parte, o que me incomoda. Há outras formas mais diretas, mas as indiretas, às vezes, deixam aquele gosto de não-dito, que torna o texto interpretável de várias formas. Abençoada polissemia!

Aprendi que não existe isso de racional versus emocional, mas temos essa herança cartesiana que não nos abandona, esse maniqueísmo referencial. É com base nisso que escrevo hoje.

Sempre amei a lógica e o que com ela se relaciona, como a matemática, a astronomia, a física, a música (lógica total), as letras (porque gramática é pura lógica), e desenvolvi uma mente racional, pautada em explicações que, de alguma forma, precisavam fazer sentido. Quando tentei me deixar levar pelo emocional, tudo desandava. As emoções e os sentimentos fazem tudo tomar uma proporção grande demais, exagerada, aos moldes de Itu. O racional minimiza, ou então traz tudo para o tamanho natural, em proporções escalares.

Emocionar-se é lindo, apaixonar-se é fantástico, só que ter controle dessas forças é como tentar segurar um tsunami. Para mim, pouco interessada em tentar controlar minhas emoções, as coisas foram duras, sofridas, e eu sempre me permiti assim para não me tornar um "boneco de neve". Não fui, no entanto, (auto)treinada a ter essas forças numa proporção menor. O bom disso é que, quando me lembro de que meu racional é mais forte, eu o chamo para a luta e ele consegue contornar todo o desastre que o furacão emocional causou. O ruim? Volto àquela apatia sentimental, em que a matemática e a lógica fazem todo sentido... Como ser quântica diante de tanta racionalidade?

Encontro-me num impasse entre deixar forças descontroladas me dominarem e destruírem meus territórios ou voltar para minha calma e pacífica racionalidade, em que tenho controle do que faço, penso e sinto. Dualidade outra vez, não é mesmo? Encontrar o meio termo? Já tentei, mas fiquei perdida no meio do caminho. Trilhar rotas desconhecidas é muito interessante, mas, quando elas trazem sofrimento e não fortalecem tanto assim (porque já me disseram que sofrer traz fortalecimento), pode ser bom (e confortável, admito) voltar aos caminhos conhecidos, às fórmulas antigas, ao que já foi experimentado e que deu certo.

Cada um tem sua história. Cada um escolhe seu caminho. Só estou buscando meu lugar ao sol e tentando ser feliz da maneira que eu me sinto mais confortável. Estou cansada de tentar formas que agradem aos outros, que sejam melhores para a sociedade, enquanto eu fico em pedaços. Eu tenho um compromisso social com as pessoas, mas isso não pode esbarrar na minha liberdade, nos meus objetivos, na minha vida, nos meus sonhos! "I'm the master of my fate. I'm the captain of my soul". Eu vou perseguir o que eu quero, traçar meus planos e encontrar o que vim buscar nessa vida.

Mr. Spock is back - back for good!

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